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O Blog faz hoje 1 ano!
233 posts escritos e partilhados convosco... os reflexos dos dias de angústias e dos dias de gargalhada. Tal como o título previa, há dias e dias. Fiquei mais forte com aqueles dias em que o meu coração se aperta e passei a dar mais valor aos dias de rotina. Deixei de ser tão exigente com a vida.
Aqui vou deixando um registo livre dos meus gostos e pensamentos, escrevendo só o que me apetece e quando tenho vontade. Se fosse de outra maneira não escrevia do coração. Passado um ano fico feliz por vos ter confiado estas memórias e guardar aqui um bocadinho do que sou e que um dia mais tarde o Francisco pode ler sem ficar dependente da minha memória de velhinha esquecida.
Não escondo que seria bom ter uma vidinha "normal", sem montanhas russas entre picos abruptos de emoções. Mas o balanço que faço é que sou capaz de ser feliz neste oscilar dos dias. Confesso que tudo se passa com tanta intensidade e numa latitude de sentimentos tão grande que pareço padecer de um jet lag da vida, suspirando por algum descanso, um pouco sono reparador. O corpo já paga com úlcera esse desgaste das preocupações que a custo desinstalo da cabeça e sorrateiramente pareço preferir corroer noutro órgão. Prefiro assim, desde que a minha cabeça me deixe livre para sonhar.
E passado um ano, sorrio e continuo a sonhar. Venham muitos mais capítulos.
PS - Diz a minha querida Avó Lurdes que já tem uma pasta cheia de prints deste blog. Só por saber que a minha Avó lê, relê e até imprime os posts como se fossem parte de um livro, já valeu a pena. É um conforto saber que lhe posso encher mais um pouco de uma vida tão vivida com a minha.
Eu e o Francisco somos amantes das feirinhas e vibramos com as músicas do Tony Carreira que se ouvem nos altifalantes, interrompidas pela senhora dos carrinhos de choque que grita para alguém rodar o volante ou por a ficha para mais uma voltinha.
Todos os anos ficamos animados com a "nossa" Feira de Oeiras e desejosos para descobrir se há novos carrosséis, apesar de sermos fãs fieis dos clássicos carrinhos de choque e das chávenas que giram no mesmo carrossel de há anos e anos.
Há coisas que não mudam.... desde pequena me lembro dos rapazes que trabalham nos carrinhos de choque e conduzem sentados nos encostos e não nos bancos, com um ar de "sou muito mau e não se metam comigo que ando nisto todos os dias". A cada paragem a criançada salta e roda maluca e ouve-se sempre a birra da menina que queria o carro cor de rosa ou do menino que queria a mota e já está ocupada! Mas assim que se inicia nova voltinha, já está tudo a postos para novos embates!
No carrossel é assistir aos paizinhos a dar indicações para os filhos não se largarem e os putos acenam delirantes enquanto lhes tiram as fotos para mostrar aos avós... e há sempre aquele que chora com medo enquanto outro grita por mais velocidade.
Este ano a feira tem uma mini montanha russa que parece construída nos anos 70. O Francisco não teve medo nenhum e eu ao lado gritava a rir de nervoso com receio que algum parafuso ou ferro saltasse! A montanha russa não tem descidas, loopings, nem rapidez alucinantes mas o barulho dos carris tão gastos dão mais adrenalina que qualquer diversão dos parques famosos. Tenho mesmo de aproveitar enquanto o Francisco gosta que o acompanhe e ainda não tem vergonha dos gritos risos da Mãe. O Pai delicia-se a assistir sossegado ao espectáculo dos nossos gritos.
Tanta agitação provoca fome e no ar mistura-se sempre o aroma do açúcar do algodão doce, com os óleos das farturas e fumos das sardinhas. Ir à feira uma só vez não chega. É que posso "matar a fome" rapidamente das diversões, mas não tenho estômago para de uma vez só satisfazer os desejos das farturas, pipocas algodão doce, pão com chouriço quente acabado de sair do forno, caracóis, bifanas! Temos de lá voltar!
Tenham cuidado é com os roubos! Um balão = 5 euros senhores! Um escândalo! Mas enfim, o balão tem sido a maior diversão do Manel lá em casa que adora passear o balão e tentar "morde-lo" sempre que o Francisco está mais desatento. Gosto de ver o ar satisfeito do Francisco a sair da feira agarrado ao seu balão, igual ao meu ar feliz agarrada a um manjerico e aos sacos de biscoitos de erva doce e limão!
Vivam os Santos!
A moda das pulseiras de elásticos é uma verdadeira febre.
O material não é nobre e compra-se na loja do Chinês... mas isso não interessa nada, vivam as cores e as mil combinações!
A pequenada e muitas mães andam entretidas e a dar largas à imaginação em verdadeiras oficinas domésticas de pulseiras. Tablets e computadores de lado, e venham de lá os teares, as canetas ou só os dedos para os mais habilidosos.
Isto já é um negócio senhores! E não pensem que os rapazes não fazem pulseiras e não as usam! Todos com mãos à obra!
Eu já me rendi também...
E não pensem que a nobreza se faz rogada às pulseiras com material dos "xeneses"... a Kate é uma copiona e também usa a pirosa!
Os meus primos aceitam encomendas. Olhá pulseira da moda! É "pró menino e prá menina", é um "éro", um "éro"!
As férias começaram cedo, numa daquelas manhãs em que despertamos de madrugada com vontade de saltar da cama e levantar voo. No aeroporto distribuímos abraços e beijinhos de saudades e partimos expectantes para perceber como as crias suportariam tantas horas de avião.
Assim que passámos a porta de embarque e entrámos no bus que nos conduziria até ao avião, o Francisco exclamou:
- Então afinal não íamos de avião para Cuba? Vamos de autocarro é? - A gargalhada foi geral.
Uma vez fechadas as portas do avião, não há hipótese de mais fugas, e com mais birra menos birra, colos, lanchinhos, jogos, mil andanças para a frente e para trás no corredor do avião, chegámos. O Comandante avisa-nos que do lado de fora estão 29 graus e de imediato despimos camisolas para nos atirarmos ao calor.
O Francisco delirou com os tapetes rolantes em busca das nossas malas e por fim respirámos o ar quente de Havana. Apesar da noite cerrada, os faróis dos carros antigos animaram-nos e nas mil voltas para despacharmos toda a gente pelos hotéis aproveitámos para conhecer toda a cidade.
Na manhã seguinte o Francisco acordou feliz e animado e o Manel também partilhava dessa boa disposição.
Tivemos o privilégio de conhecer a cidade com um guia privado, o Eduardo. Um cubano com cerca de 55 anos, polido, educadíssimo, culto e um conversador nato. Mostrou-nos todos os cantos da cidade com enorme paixão, falando-nos não só da História, como também das histórias, dos costumes, alguns segredos e algumas opiniões proibidas. No final do dia sentimos que nos despedíamos de um novo amigo com confiança bastante para carregar o Francisco no colo.
Bastou um dia para mudarmos o chip e nos sentirmos longe, muito longe de tudo e muito perto de nos encontrarmos só os 4.
Um soninho descansado que assistimos num irresistível beijinho de boa noite
Roubado entre sonhos e suspiros, devagarinho,
Vigilante para não acordar e só aconchegar mais um mimo
Daqueles que mesmo dormindo lhes chegam secretamente ao coração como um cobertor mais
Nesse ritual tranquilizante da paz serena iluminada pela nossa presença
Comovida pela calma, por vezes até surpreendida por um inesperado sorriso rasgado por trás da chucha, especial e raro como uma estrela cadente,
E ali entre a admiração dos detalhes dos rostos que durante o dia nunca sossegam emoções, seguem os nossos desejos de uma boa noite dos sonhos mais merecidos.
No fim de semana passado aproveitámos as tréguas da chuva para visitarmos o Palácio Nacional de Queluz.
A cerca de 15 minutos de casa encontrámos um Palácio praticamente vazio de visitantes, o que nos permitiu desfrutar do passeio como se tudo estivesse à nossa única disposição.
O Francisco (e nós também, confesso) encantou-se com os lustres no tecto, maravilhado com a grandeza e imponência das decorações. Passados 5 minutos de entrarmos já me deliciava com o cheiro da cera que envernizava os soalhos e me faz sempre associar esse perfume ao da história dos palácios e museus antigos.
Tudo foi motivo de perguntas e de exclamações, desde as caminhas e berços dos príncipes e princesas, às loiças e porcelanas, coches e talhas douradas. Depois de tantas histórias contadas sobre príncipes e princesas, o Francisco nem queria acreditar que estava mesmo a admirar um Palácio de verdade... repetindo tantas vezes, se eram mesmo ali que comiam, dormiam ou brincavam.
Sem dúvida que as caminhas e berços foram as suas predilecções (logo inventando qual seria a sua cama, a do Manel e a das primas).
Ao almoço fomos tratados como príncipes no restaurante Cozinha Velha, instalado nas antigas cozinhas do Palácio e que integra a Pousada de Queluz - D.ª Maria I (Pousadas de Portugal). Assim foi possível não quebramos o ambiente e o Francisco até ficou convencido que a sua sopa teria sido confeccionada numa das grandes panelas de cobre ali expostas.
Da parte da tarde digerimos o almoço pelos jardins. Depois de 15 dias fechado em casa com gripe, o Francisco teve oportunidade de correr por todo o lado, de fonte em fonte, estátua em estátua, labirinto em labirinto, sempre perseguido pelos risos do Manel. Qualquer dia regressamos para assistir a exibição de falcoaria.
Para quem tem filhos pequenos que deliram com as histórias de principes e princesas, aqui fica uma sugestão de passeio em família, tão perto de casa.
Fiquei a namorar esta peça para pôr cupcakes lá em casa...
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