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Naquelas noites em que a cabeça se deita mas continua a girar enquanto todos os outros dormem descansados.
Penso na primeira festa de anos do Manel. São dois anos mas é o primeiro ano com direito a festa.
Recordo a angústia do ano passado. Da falta de ar do Manel e da minha que ao seu lado constatava que ficaríamos presos no Hospital sem alta para cantarmos os parabéns em família. Podiam ter sido mais uns banais dias de internamento, apenas mais uns a somar a outros tantos. Mas a injustiça de nos sentirmos privados da alegria fez-me temer o futuro. Tinhas nascido e o Natal não teve festa. O teu aniversário, por infeliz coincidência, também não tinha festa e assim tudo parecia ser demais.
O Francisco há tempos dizia que este seria o teu primeiro aniversário. Recordei-lhe então que agora completas 2 anos e não 1. Sem dramas o Francisco encolheu os ombros e disse que então tínhamos de organizar um festão.
Agora penso na sorte de não estarmos no hospital. Apesar de tudo até voámos este mês. Mas há alguma preocupação que não desvanece, não se apaga e de vez em quando dói-me mais do que noutros dias.
Em vez de dormir fico a imaginar o teu bolo. Fico perdida por não me explicares qual é o teu boneco preferido e lamento a falta de noção (minha e tua, talvez mais minha por me importar com o que não importa). Depois afundo-me a recordar as palavras secas daquela Mãe que nos viu no parque. Perante a tua dificuldade em subir as escadas, mesmo apoiado em mim, aquela Mãe questiona-me afinal que idade tens tu... com um espanto desagradado de ver um bebé tão grande e com tão pouco equilíbrio e noção. Só lhe respondi que tinhas 1 ano. Não me apeteceu explicar mais nada a quem não tem noção nem parece querer ter. Há gente que julga ter os filhos mais desenvolvidos do mundo e nem filtra impertinentes juízos de desenvolvimento dos outros. Magoou-me. A ti não, felizmente. O Francisco também não percebeu.
Confesso que me canso. Não me canso só de explicar a doença. Fisicamente és um desafio que eu tento superar. São 14 kilos que amparo na minha estatura pequena. Gostava de ser mais forte que um gigante para te colocar muitas vezes no topo do escorrega e te amparar na descida com toda a segurança. Brincar consegue ser um desafio para ambos. No final fico tão cansada como tu. Há dias que fico triste por não ter sido mais forte, não ser capaz de mais.
Amanhã já vou dormir melhor, já me conheço nestas fases. Vais gostar do bolo porque vou enchê-lo de smarties. Assim pode chamar-te mais a atenção pelas cores e com 2 anos será a tua estreia oficial no chocolate. Animo-me a pensar que gostas de bater palminhas quando cantamos os parabéns. Desta vez são os teus anos e eu não vou chorar como no ano passado. Vou cantar o mais alto que puder e vamos cantar muitas vezes. Até na escola com os novos amigos e o Francisco e a Inês. Depois em casa, finalmente em casa, numa festa caseirinha para te sentires protegido e mimado por todos. Pequena mas grande festa. Não sei se saberás que a festa é tua e por ti mas quero que sintas que te amamos loucamente. Se por vezes não dormimos é porque há dias em que nos desgastamos em fraquezas e gastamos os minutos a tentar antecipar um futuro que queremos seja feliz, custe o que custar.
Este ano será mais feliz. Perdoa-me as fraquezas de alguns momentos e obrigada pelos teus abraços que são tão puros e os mais sentidos de todos. Falas-me muito nesses abraços e através deles ganho coragem para escutar tudo o que me dizes nesses braços agarrados a mim.
Hoje a minha Petisca faz 11 anos.
O bolo tem sido debatido há meses e a descrição de todos os detalhes muito bem pormenorizados de quem sabe o que quer. Adoro fazer os bolos da Maria e alimentar-lhe os sonhos. É sem dúvida a "cliente" mais exigente que eu tenho.
A Maria já não é pequenina, é maior do que eu. As festinhas já não têm princesas mas a fantasia ainda mora naqueles olhos que parecem estar sempre a rir.
A Maria faz-me muita companhia e ocupa-me um espaço no coração entre a filha e a irmã mais nova que eu não tenho. Admiro-a muito pelo seu optimismo e determinação. Raramente a vejo duvidar se será ou não capaz.
A Maria tem muitas medalhas de mérito mas a maior de todas foi a de saber lidar com a doença do Manel. A Maria não é criança e sabe de tudo e sabe dar-me força e dar um colo ao Manel. E sabe fazer tudo isto sem dramas, com a naturalidade de uma mulherzinha que opta sempre por viver os seus dias sorrindo e fazendo os outros sorrir com ela.
Tenho muita sorte por ter a Maria e saber que o Manel terá sempre o colo dela como se fosse o de uma irmã mais velha. Também o Francisco adora a Maria, sendo aliás os dois muito parecidos quanto a doses de energia, humor e vivacidade.
Parabéns Maria! Tenho muito orgulho de ser tua Tia!
Gosto de chocolate
Em mousse, em tabletes, bombons, bolos.
Preto, branco, raspas de laranja cobertas, de leite. O chocolate dá-me a garantia que o doce à partida será bom.
O chocolate sabe bem de manhã, quente na caneca com o leite... em napolitanas quentes, ou depois de um café ou pela noitinha. Impossível de resistir. Dá-me energia, conforta-me.
Recordo-me dos tempos de infância em que dividíamos uma tablete de Jubileu nos dias em que assistíamos o 1,2,3 na televisão. Era o dia do chocolate e repartíamos uma fila de chocolate para cada um. Um doce ritual que não esqueço.
Até Fernando Pessoa teceu uns versos sobre a simplicidade do chocolate, no poema tabacaria… aqui fica o excerto:
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
O Manelocas infelizmente ficou em casa, resguardado em rescaldo da gripe, entre mimos rendidos do Papá e da Mamã.
O Francisco confirmou uma vez mais ser um maluco por festas (é sempre aquele que pula sem parar e o mais transpirado de todos, apesar de já saltar de t-shirt entre os agasalhados). Ás vezes ponho-me a imaginá-lo, se assim continuar com este espírito, com mais 15 anos no pêlo e um ar festivaleiro.
Na festa da Inês (linda, organizada e preparada pela mão da minha Super Mana mais velha) não faltaram os meus prometidos cupcakes de chocolate.
Como sou amiga, deixo-vos aqui a receita:
Cupcakes de chocolate com cobertura de brigadeiro:
Batem-se os ovos com o açúcar até a massa esbranquiçar um pouco e formar bolhas. Junta-se depois o chocolate e de seguida a farinha, batendo sempre a massa. Depois de envolvida a farinha junta-se o óleo, o fermento e por fim a água quente, até estar tudo bem batido.
Coloca-se a massa nas forminhas de papel (atenção para não encher muito, tenham por referência encher a menos de metade) que vão ao forno esperto (adoro esta expressão que lia nos livros de receitas da minha avó = forno esperto = + ou - 190 graus) durante 15 minutos.
Para a cobertura:
Levar tudo ao lume muito brando e mexer sempre até a colher fazer ponto estrada (quando passamos a colher no fundo e a mesma já deixa uma espécie de estrada atrás).
Quando os cupcakes estiverem frios podem barrar o creme de brigadeiro (nutella para quem tiver preguiça pode ser uma opção igualmente gulosa e eficaz).
Por fim podem salpicar com granulados de chocolate e colocar decorações de pasta de açúcar. Nas lojas de bolos encontram cortadores de flores, corações, estrelas, coroas... é só estender a pasta com um rolo e cortar. Se o meu Francisco consegue, qualquer um consegue! É super fácil e entretém os pequeninos nesta participação dos preparativos da festa.
Para quem mora em Lisboa, pode encontrar produtos para bolos e workshops na loja Isto Faz-se em Benfica, ou na loja My Cake de Telheiras e Centro Comercial Allegro. Na zona de Cascais recomendo a Docinho de Açucar.
Sou completamente fã de bolos decorados e nos últimos anos tenho-me entretido em alguns workshops para aprender técnicas dessa arte de cake design.
O que me dá mais gozo é receber as "encomendas" do meu filho Francisco ou das minhas sobrinhas para lhes concretizar os desejos de bolos de festa cobertos com pasta de açuçar modelada de acordo com os seus sonhos.
Das minhas mãos ainda pouco experientes já saíram em tempos bolos e cupcakes de angry birds, do panda, de escuteiros, de primeira comunhão... A minha sobrinha Maria dá-me uma ajuda valente e até o Francisco se entretém na modelação de criações que no final (ou no entretanto) são irresistivelmente devoradas.
Muito tempo antes das festas, mostram-me fotografias de bolos explicando com pormenor o que pretendem. São exigentes e sonhadores estes "Clientes". No entanto também gostam de ajudar e de assistir atentos e opinativos aos projectos ganhando forma. No final, ganho a recompensa em sorrisos rasgados e olhinhos admirados focados no bolo. Claro que no mercado existe uma grande oferta de bolos decorados por profissionais maravilhosos, mas os bolos home made têm sempre o valor acrescentado do nosso amor.
O próximo projecto será um bolo castelo da princesa Sofia com cupcakes de chocolate. Estou tão ou mais entusiasmada do que a própria Inês por ter a oportunidade de fazer um bolo com cor de rosa, com aquele girly glitter que nunca é permitido nos bolos dos meus rapazes.
Nestas ocasiões abasteço-me sempre na loja Docinho de Açúcar. Ali encontro loiças lindas Bordallo Pinheiro, milhares de acessórios e ferramentas para bolos, cupcakes e artigos de festa com imenso bom gosto que fazem o delírio para os amantes de cake design.
Para vosso regalo aqui ficam algumas fotos da loja e de artigos da Docinho de Acúçar:
PS - Espero conseguir modelar um bolo castelo digno de ser orgulhosamente partilhado aqui no Blog.
Hoje é dia de contrariar este frio
Com este calor bom do forno que nos aquece a casa
De chocolate como não podia deixar de ser
Chega a esta hora (depois do jantar) e apetece-me sempre um chocolatinho... um biscoitinho.... um docinho.
Se fui ao ginásio até desconsidero o pecado. Portei-me tão bem hoje, pronto não faz mal, até corri um bocado, mereço!
Se não fui ao ginásio desculpo-me por ter tido um dia cansativo e precisar de um conforto por não ser de ferro.
Se o dia foi assim assim, então é caso para precisar de um chocolate em substituto de aspirina.
Se o dia foi espectacular, comemore-se com um chocolate.
E caio mesmo no fundo do poço do vício... qualquer chocolate serve (até os ovos kinder do Francisco, devorados infantilmente e na clandestinidade da despensa da cozinha).
Eu me confesso!
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