Adoro de paixão o Algarve.
Desde pequena quando a praia dos Salgados, Galé e São Rafael eram minhas e não in.
Assim que passo a portagem abro a janela e digo sempre em voz alta que cheira a Algarve e esse perfume é do campo das alfarrobas, das figueiras, amendoeiras, laranjeiras e dos arbustos cujo aroma é parecido ao caril.
Conheço bem o Algarve, do barlavento ao sotavento. Gosto das praias mais selvagens entre Sagres e Lagos e das àguas mornas das Pedras e Praia Verde.
Há a praia com encosta rochosa sempre abrigada para os dias de vento ou as praias de areal comprido para caminhar nos dias sem rajadas.
Depois são as gentes dos moços e moças marafadas onde encontramos amigos de coração aberto e pronúncia acentuada do Sul que nos fazem sorrir.
Por aqui também se encontram os amigos lá "cima" que partilham este gosto e nos fazem viver o Algarve como ponto de encontro e de partilha de amêijoas e percebes, peixinho fresco grelhado e de sabor tão puro, das cataplanas, o arroz de lingueirão em tacho que alimenta e conforta...
E os doces de massapão, os morgados de figo, tartes de Alfarroba e o malvado Dom Rodrigo de mãos dadas ao café em tamanho certeiro para nos matar a gula quando já antes matámos toda a fome.
As ruas de Lagos sempre animadas pelos de cá e pelos que vêm e vão e tantas vezes regressam. Admirar a padaria dos papo secos que nos apresenta despretensiosa uma montanha de folares quentinhos... Os de Olhão também são tão bons.
A páscoa pode ser passada com frio, mas com sorte em anos impossíveis de prever é celebrada com Sol e praia. Um luxo!
E este Algarve todos os anos parece ficar um pouco mais nosso, dos que não resistem e voltam sempre à procura do Sol.












