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Está quase. Amanhã entramos cedinho no Hospital para o que tem de ser na Quinta Feira.
Felizmente o Manel não tem noção para o que vamos, não dramatiza e não estranha as gentes de bata branca, sorrindo para todos como se fossem amigos chegados, sem guardar qualquer ressentimento pelas agulhas e bisturis.
As enfermeiras já o conhecem e não precisam sequer de consultar a ficha para o chamar logo pelo nome. Até a Senhora da copa me cumprimenta nos corredores como se eu fosse habitué. Desta vez já conhecemos os rostos, recantos e procedimentos. Não estranhamos os cheiros de desinfectante após a passagem da senhora da limpeza nem do bafo de sopa que se instala após as refeições igual ao de um jardim-escola (antes fosse). Desta vez não nos vamos admirar com o frio do bloco operatório nem com os choros e guinchos, apesar de nos continuarem a inquietar.
Ainda assim, não é mais fácil só por sermos repetentes. Já reconhecemos o terreno e as pessoas, mas o incerto é igual e o conhecimento das complicações até é maior. De qualquer forma, chegámos a um momento em que tem de ser.
Felizmente o Francisco terminou hoje oficialmente a sua quarentena (apenas a 24 horas do internamento do Manel já conseguimos arriscar deixá-lo voar, pensando que, no pior dos cenários, qualquer doença só terá tempo de incubar no Kikinho, poupando o Manel). Combinámos fazer uma visita surpresa aos amigos da escola e levar-lhes um bolinho de chocolate para o lanche. Não eram 9 da manhã e já o bolo descansava no forno a salvo das mãos do Francisco enquanto os restos eram trucidados por este. Enchi-me de alegria nesta excitação e por assistir babada aos pulinhos e abraços com que os amigos receberam o Francisco que se desfez em sorrisos, inchando o peito por se sentir tão importante naquelas vidas pequeninas.
Amanhã não é um dia fácil, mas tenho fé que o saldo desta cirurgia possa ser muito positivo.
As horas de espera vão parecer as mais longas de todas, mas a família (até a mana do meio aterrará neste episódio vinda do outro continente) e amigos estão connosco para nos sossegar e ajudar a virar a ampulheta deste mau tempo.
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