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O Francisco já anda em pré-folia Carnavalesca.
Na Segunda-Feira cheguei a escola e encontrei-o cheio de graça, encarnando descomplexado um Palhaço feliz:
Na Terça Feira foi dia de o encontrar com uma faixa na cabeça. Perguntei se era o Rambo ou o Jake o Pirata, mas respondeu-me que era uma Tartaruga Ninja. As crianças têm esta capacidade de brincarem naturalmente ao faz de conta, bastando uma faixa de tecido para se tornarem numa outra personagem. O Francisco até ficou espantado, como era possível eu não ter percebido logo que estava perante uma Tartaruga Ninja. Então não se via logo pela faixa e pelos golpes de luta feitos no ar? Para o Francisco não seria necessário mais nada eu ter de adivinhar.
Os fatos para o Carnaval deste ano já foram escolhidos e comprados (estou com aquela sensação de ter tratado das prendas de Natal até 15 de Dezembro, ufa!). No ano passado o Francisco e o Manel fantasiaram-se de piratas. Agora o Francisco voltou a frisar que teriam de se vestir de igual ou formar algum duo. Felizmente a escolha não recaiu no recorrente Homem Aranha ou Zorro (mais uns aninhos e não escapamos aos célebres heróis) que são espectaculares mas um bocadinho óbvios, não tendo até qualquer graça na idade do Manel que ainda não os interpreta e encarna.
Na Disney Store o Francisco não teve dúvidas. Os manos vão transformar-se nos monstros assustadores mais queridos de sempre:
A curtametragem "Cuerdas" não deixa ninguém indiferente e já se tornou num filme viral pela internet (apesar dos apelos para que se respeitem os direitos de autor cuja venda reverteriam para aquisição de cadeira de rodas do filho do produtor).
Em 10 pequenos minutos chorei, ri e ainda não esqueci a emoção de assistir a esta história de amor tão simples e pura.
A poucos dias da estreia do Manel na escola fiquei completamente rendida à personagem da pequena Maria, esperando que o Manel seja acolhido por Colegas que se atrevam a interagir com ele, brincando, fantasiando sem se importarem por ele ter dificuldades em compreender o que lhe dizemos, ter falta equlíbrio e só saber dizer "Mamã", "Papá" e "Olá".
O Manel muitas vezes morde (certo é que muitas crianças nesta idade também mordem) mas o Francisco e as primas Maria e Inês perdoam sempre esses beijos ingratos dados com dentes.
O Manel não sabe dizer o nome do mano e das primas, mas solta gargalhadas e chama a sua atenção com os seus guinchos alegres.
O Manel mal consegue andar e não corre, mas o Francisco corre até ele e muitas vezes fazemos corridas no carrinho ou com o Manel no meu colo (virado para a frente para não perder pitada da emoção de vislumbrar a corrida acelerada do Francisco em fuga por nós perseguida).
O Manel não come sozinho, mas a Inês e o Francisco adoram dar-lhe de comer, fingindo que é filho deles. O Francisco gosta de dar migalhinhas de bolachas ao Manel como se este fosse o seu pintainho.
O Manel não canta, mas bate palminhas quando ouve música e mexe as mãos na musica Di-gui-di sorrindo para os que o assistem.
O Manel não sabe dizer gosto de ti, mas sabe dar abraços fortes.
O Manel não sabe dizer adeus, mas acena quando nos escuta dizer adeus.
O Manel não consegue fazer muita coisa, mas é capaz de amar e ser feliz.
Nesta véspera de inicar a escola, a história de Cuerdas, apesar de triste, veio dar-me esperança. São certos no futuro os muitos olhares estranhos e comentários desagradáveis de que será alvo o Manel (principalmente quando alguns meninos crescem e acham que para serem fortes têm de ser maus e intolerantes), mas bastará apenas uma "Maria" para fazer a diferença na indiferença, protegendo-o e ajudando-o a ser feliz.
Desejo que este filme seja visto por muitos meninos e professores, emocionando-os na sua lição simples e pura de amor e integração.
No fim de semana passado aproveitámos as tréguas da chuva para visitarmos o Palácio Nacional de Queluz.
A cerca de 15 minutos de casa encontrámos um Palácio praticamente vazio de visitantes, o que nos permitiu desfrutar do passeio como se tudo estivesse à nossa única disposição.
O Francisco (e nós também, confesso) encantou-se com os lustres no tecto, maravilhado com a grandeza e imponência das decorações. Passados 5 minutos de entrarmos já me deliciava com o cheiro da cera que envernizava os soalhos e me faz sempre associar esse perfume ao da história dos palácios e museus antigos.
Tudo foi motivo de perguntas e de exclamações, desde as caminhas e berços dos príncipes e princesas, às loiças e porcelanas, coches e talhas douradas. Depois de tantas histórias contadas sobre príncipes e princesas, o Francisco nem queria acreditar que estava mesmo a admirar um Palácio de verdade... repetindo tantas vezes, se eram mesmo ali que comiam, dormiam ou brincavam.
Sem dúvida que as caminhas e berços foram as suas predilecções (logo inventando qual seria a sua cama, a do Manel e a das primas).
Ao almoço fomos tratados como príncipes no restaurante Cozinha Velha, instalado nas antigas cozinhas do Palácio e que integra a Pousada de Queluz - D.ª Maria I (Pousadas de Portugal). Assim foi possível não quebramos o ambiente e o Francisco até ficou convencido que a sua sopa teria sido confeccionada numa das grandes panelas de cobre ali expostas.
Da parte da tarde digerimos o almoço pelos jardins. Depois de 15 dias fechado em casa com gripe, o Francisco teve oportunidade de correr por todo o lado, de fonte em fonte, estátua em estátua, labirinto em labirinto, sempre perseguido pelos risos do Manel. Qualquer dia regressamos para assistir a exibição de falcoaria.
Para quem tem filhos pequenos que deliram com as histórias de principes e princesas, aqui fica uma sugestão de passeio em família, tão perto de casa.
Fiquei a namorar esta peça para pôr cupcakes lá em casa...
O Manelocas infelizmente ficou em casa, resguardado em rescaldo da gripe, entre mimos rendidos do Papá e da Mamã.
O Francisco confirmou uma vez mais ser um maluco por festas (é sempre aquele que pula sem parar e o mais transpirado de todos, apesar de já saltar de t-shirt entre os agasalhados). Ás vezes ponho-me a imaginá-lo, se assim continuar com este espírito, com mais 15 anos no pêlo e um ar festivaleiro.
Na festa da Inês (linda, organizada e preparada pela mão da minha Super Mana mais velha) não faltaram os meus prometidos cupcakes de chocolate.
Como sou amiga, deixo-vos aqui a receita:
Cupcakes de chocolate com cobertura de brigadeiro:
Batem-se os ovos com o açúcar até a massa esbranquiçar um pouco e formar bolhas. Junta-se depois o chocolate e de seguida a farinha, batendo sempre a massa. Depois de envolvida a farinha junta-se o óleo, o fermento e por fim a água quente, até estar tudo bem batido.
Coloca-se a massa nas forminhas de papel (atenção para não encher muito, tenham por referência encher a menos de metade) que vão ao forno esperto (adoro esta expressão que lia nos livros de receitas da minha avó = forno esperto = + ou - 190 graus) durante 15 minutos.
Para a cobertura:
Levar tudo ao lume muito brando e mexer sempre até a colher fazer ponto estrada (quando passamos a colher no fundo e a mesma já deixa uma espécie de estrada atrás).
Quando os cupcakes estiverem frios podem barrar o creme de brigadeiro (nutella para quem tiver preguiça pode ser uma opção igualmente gulosa e eficaz).
Por fim podem salpicar com granulados de chocolate e colocar decorações de pasta de açúcar. Nas lojas de bolos encontram cortadores de flores, corações, estrelas, coroas... é só estender a pasta com um rolo e cortar. Se o meu Francisco consegue, qualquer um consegue! É super fácil e entretém os pequeninos nesta participação dos preparativos da festa.
Para quem mora em Lisboa, pode encontrar produtos para bolos e workshops na loja Isto Faz-se em Benfica, ou na loja My Cake de Telheiras e Centro Comercial Allegro. Na zona de Cascais recomendo a Docinho de Açucar.
- Mãe como é que chegamos ao céu? De avião ou quando explode um vulcão?
- As nuvens do céu devem ser tão fofinhas. Estou ansioso para ir para o céu e ver o Jesus - Tudo dito de forma tranquila enquanto o visto após o banho. A referência é feita como quem quer uma batata frita ou ir ali aos baloiços.
- Mãe tu és minha e não podes ir para o céu. Adoro as tuas maminhas. - A minha expressão gela com a primeira frase. Mas logo fico mais concentrada na palavra maminhas. Apresso-me a dizer que não pode gostar de maminhas. Mas depois penso melhor e rectifico que pode gostar de maminhas, mas não das da Mãe. E como já estou completamente zonza garanto-lhe que só vou para o céu quando for muito velhota e ordeno-lhe que vá depressa arrumar o quarto.
- Mãe quando fores para o céu não te preocupes que eu fico a tomar conta do Manel - Só consegui responder obrigada Francisco, completamente comovida. No segundo a seguir já o rapaz falava do Jack e dos Piratas enquanto eu continuava embevecida com a garantia de protecção do Manel pelo Francisco.
Nesta tarde de Segunda-Feira chuvosa, sou surpreendida com um email da escola do Francisco que logo ganha máxima prioridade entre todos os demais assuntos de trabalho entre mãos.
A mensagem nada dizia sobre a próxima mensalidade a pagar, visitas de estudo ou doenças, apenas continha a seguinte surpresa:
Boa Tarde mãe,
o Francisco fez umas estrelas em elásticos para a mãe e pediu-me para tirar umas fotos e enviar-lhe.
Ingredientes:
Ponham todos os ingredientes ao lume (à excepção das pêras) numa panela suficientemente grande para alojar depois as 6 pêras e mexam com carinho para saborearem os aromas que se vão soltando.
Pouco antes de a calda levantar fervura, coloquem então as pêras gentilmente descascadas.
A partir daqui podemos contar 15 minutos ou 30 minutos (depende se as pêras estão muito verdes ou já quase maduras).
De vez em vez rolem as pêras para que "tomem um banho de imersão" uniforme e ganhem cor por toda a superfície.
Quando sentirem as pêras já macias retirem-nas do lume e reserve. Deixem apurar a calda numa redução que no final deverá regar as pêras.
Espero que gostem. Se gostarem partilhem comigo, prometem?
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